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CONTORNOS DA GRAVE CRISE NA COELIMA!
Por Mattusstyle
AVIVAR MEMÓRIAS
A grave doença está aqui e bem visível. Dói, sente-se e respira-se. Os responsáveis pelo vírus desta doença, que todos os dias se inala o seu cheiro, se ouvem os seus sorrisos e se sente
a sua arrogância.
Não se poderá desculpar, tolerar ou perdoar a quem promete e até obriga a acreditar numa equipe de “iluminados” todos “superquadras” oriundos das melhores castas da gestão empresarial,
dotando a Coelima de uma gestão inteligente, honesta e de sucesso.
Pois então é o que se vê!
Em primeiro lugar, ordenados saco azul, automóvel e despesas pagas para os diretores de competência duvidosa.
Em segundo lugar por aí em diante… O rei Simões de formação militar/GNR inibido e complexado, fez-se ouvir. “Temos que disciplinar esta cambada que só entra tarde, vai para os bares e
não trabalha”. Mandou afixar cartazes com a mensagem: “Trabalho, confiança no futuro e honestidade”:
O senhor absoluto na gestão financeira há vários anos começa a ensaiar o seu plano maquiavélico para dominar em absoluto o princípio do fim. Enganou a família Coelima e que o quis ouvir
pronunciando-se sobre dados viciados de gestão, ao ponto de mencionar falsos resultados e hipotéticos lucros. Afastou os seus frágeis opositores, criando um clima de quero, posso e mando. Envolveu-se a si e à Coelima no estranho negócio das ações da Bordalima.
Em resumo, a sua mensagem traduziu-se em disciplinar tudo e todos para dominar sem contestação. Aqui está o resultado…
Olhamos à nossa volta e vemos:
- Diretor financeiro: Funciona como pau mandado do grande chefe, perito na arte de enganar os fornecedores, passar cheques sem cobertura e preencher letras de crédito.
- Diretor dos recursos humanos: Tem por missão a arte hipócrita de abanar-se todo por que passa e massificar os despedimentos que segundo diz por excesso de mão-de-obra, e admitir
quadros técnicos, e que técnicos! Pagando a cada um deles o valor salarial de três despedidos. Sem dúvida uma boa técnica de gestão de recursos humanos.
- Diretor do GPAC: Com grande folclore, anuncia através da técnica da envolvência positiva das massas, a solução do sempre problema adiado das entregas. Constitui uma equipe de luxo
treinada em França, investe dezenas de milhares de contos em equipamento, e é o que se vê.
- Diretor industrial: Diz-se boa pessoa o que não chega, constando-se nada entender mesmo ele próprio o papel que desempenha.
- Diretor do mercado português: Admitido sem qualquer experiência no ramo têxtil. Entra na Coelima e desde logo se torna conhecido como “hábil” e estratega comercial. Vender muito e a
qualquer preço e de proporcionar a entrada de sua esposa na Coelima que como se sabe com dotes de ballet mas sem experiência, e passados alguns meses sair para gestora de uma associada
sob a responsabilidade de seu marido.
- Diretor de marketing: Já o era sem o ser e a sua cisma de ter muitos doutores, mais conhecido pelo puto com “bocas do palácio”, precisando de crescer mais para aparecer.
- Diretor do mercado externo: Outra admissão sem experiência no ramo têxtil, pelo que consta, é portador de toda a sabedoria nesta área, mesmo sem conhecer, mas o que parece ou notar-se,
é saber digerir outras coisas melhor que propriamente a sua responsabilidade.
- Diretor sem pasta: A sua conflitualidade metafórica dos números e da sua poesia, entrega a atmosfera pesada da direção um ar metafisico e estranho.
- Diretor da confeção: De tão pouco a que se poder dedicar, tenta distribuir por todos os engenheiros ao seu dispor, várias tarefas, entre elas ver quem entra e sai da toilet.
- Diretor dos acabamentos: Diariamente se nota o esforço que faz talvez para compensar o muito que ganha. Não se poderá excluir as muitas responsabilidades da família Coelima nesta
matéria, enquanto responsáveis pela admissão de todos os exemplares dinamizadores de uma complexa crise que já se adivinhava mas que se faziam de ouvidos moucos. Para os referidos
“iluminados” a sua passagem deixa referências indicadoras de se governarem com o desgoverno, e ingenuidade dos Coelimas, a quem por inteiro cabe toda a responsabilidade da grava crise
que se instalou. O drama está na rua. SINCERAMENTE!... … …
Foi isto que se escreveu há muitos anos.
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DO ANTES PARA O DEPOIS!
Por Mattusstyle
ANTES / DEPOIS
Já se desenhava o descalabro da grande empresa têxtil e de referência no norte e em todo o país, que foi a Coelima.
Naquele tempo, quando a crise se instalou definitivamente na empresa e foram nomeados diretores por parte do Estado para evitar a falência, e por força das normas impostas, todos os
diretores atrás citados, deram em debandada, exceto o dos Recursos Humanos. Ficou para gerir as rescisões que tiveram de ser feitas para emagrecer os quadros do pessoal, sem as quais
não haveria recuperação possível.
Foram então nomeados à pressa diretores escolhidos no quadro do pessoal existente. Começaram aí os abusos de poder perpetrados pelos novos chefes. Não todos mas muitos não tinham
formação técnica, académica, psicológica e muito menos moral para desempenharem um cargo daqueles. Alguns, muitos, de simples colegas passaram a chefes. Por encosto, oportunismo ou
executores do trabalho sujo dos antigos chefes, ficaram com os vícios destes e os podres continuaram. Enquanto colegas, houve pequenas discussões, quase sempre sem importância, em que
se concordava ou se discordava. Estes novos chefes aproveitaram o poder para executarem as suas mesquinhas vinganças, em nome da razão que não lhes foi dada tempos antes. É ridículo mas
foi verdade.
Assim como o estado em que se encontram as finanças de Portugal, é fruto de governantes sem escrúpulos que passaram pelo poleiro, a Coelima também foi vítima de diretores e chefes sem
escrúpulos que por lá passaram. Alguns ainda lá estão!
Há histórias incríveis, bem visíveis que aconteceram e que eram anúncio do descalabro final. A Coelima já estava a saque. Já havia histórias invisíveis que aconteciam subterraneamente,
cujos contornos maquiavélicos são difíceis de contar.
Constou naquele tempo que um funcionário das cargas dos rolos de tela para o exterior, detetou por acaso, que estavam a ser carregados mais rolos que aqueles que constavam das guias.
Alertou o chefe para o que estava a acontecer. No dia seguinte foi despedido! Chegou-se à conclusão que o chefe era o maior do gang.
Outra: Trabalhadores de um determinado setor, detetaram que o valor de um frete aéreo, era duas vezes mais o valor das empresas concorrentes. Avisaram o chefe. Este mandou-os calar
ameaçando-os. Estava a governar-se à custa do afundanço da Coelima.
A secção de caixa da empresa mais parecia uma instituição de crédito. Todos os dias eram emprestados ou emprestadados dezenas, centenas ou milhares de contos a funcionários. A garantia
eram vales em papel de um simples bloco de apontamentos com a respetiva assinatura.
Os esquemas eram constantes a todos os níveis e em todos os setores da empresa. Os mais visíveis e escandalosos aconteceram a nível financeiro.
Nasceram muitas empresas na região à custa da Coelima, fruto de engenharias financeiras dos seus chefões. Pessoas que direta ou indiretamente estavam dentro do esquema começaram a ser
perigosas para outros tantos. Os subornos dos chefões para os chefes passaram a ser frequentes. Com dinheiros de quem? Da empresa, claro! O perigo continuava. Era preciso afastá-los
definitivamente. Aqui começa outra história.
Alguém naquela empresa precisou construir uma casa. Serviu-se da instituição de crédito caixa Coelima, e pediu emprestado um valor entre os oito e os doze mil contos. Única garantia
que deixou, um vale assinado por si. Foi usado por um chefão para tramar um chefe que sabia de mais. Por aquela quantia vendeu a alma ao diabo. Era seu amigo! Unha com carne como
costuma dizer-se. Quem tem amigos assim, não precisa ter inimigos! Como ia dizendo, o chefão acenou-lhe com o vale: Ou fazes este serviço ou executo esta dívida imediatamente. Traiu
o amigo. Ganhou-lhe o gosto. A partir daí, as traições e ameaças para com tudo e todos que lhe fizessem sombra, foi uma constante. Mais uma vez, um episódio de lesa pátria, quer dizer
lesa Coelima aconteceu. Ah!.. O vale foi rasgado e a dívida ficou paga. Quer dizer… A promiscuidade atingiu níveis descontrolados. Enfim...
Muitas histórias e episódios escabrosos como estes aconteceram. A Coelima foi vítima de muitas aves de rapina. O estado em que está hoje é fruto mais que evidente do que se passou
naqueles tempos. Algumas destas aves de rapina ainda por lá andam. A velha carcaça ainda deve ter alguma carne para comer. No vai e vem destas agitadas marés, quem paga sempre é o
mexilhão. Os trabalhadores inocentes foram as maiores vítimas.
A gestão das empresas é espelho da gestão do Estado. Uns arrastaram os outros para o fundo. Tanto uns como outos andaram a gastar acima das suas possibilidades. O resultado está aí,
uma profunda crise financeira, de valores, falta de responsabilidade, mas sobretudo crise de moral. O oportunismo é assustador. Uns vão para as empresas com a intenção de se orientaram
a si e aos seus, lavando em muitos casos famílias inteiras à miséria e ao desespero.
Isto sem o mínimo escrúpulo ou pudor. Acontece o mesmo com a maioria dos governantes. Querem o poder para terem acesso aos tachos. A legislatura é curta. Precisam governar-se enquanto
é tempo.
A carapuça será enfiada na cabecinha certa. Só a quem servir.
Desculpem lá, mas não resisti a publicar o que também se escreveu naqueles tempos a propósito da Coelima.